estou excitada comigo própria,
meu corpo despido,
meu orgão como a luz acesa.
quero ver, vejo
nesta língua da eternidade,
saberia ler a cintura,
um orgão constituído por cordas,
no fundo, nu.
segunda-feira, 2 de setembro de 2019
terça-feira, 18 de junho de 2019
regra de dois composta
há o fio sobre o papel
portanto escrevo, em longo e dessemelhante bordar.
indispensável dobrar a vontade,
portanto escrevo, em longo e dessemelhante bordar.
tudo o que há: pára de repente.
e recomeça de súbito.
recomeço como tal,
alguém rejeita os próprios
limites: eu.
a ordem não infere o sentido,
é constelar.
sincronia: medo e a palavra promessa,
com a palavra desejo,
com a palavra culto,
a saudade,
o hábito,
a presença,
uma satisfação incomoda e absoluta.
indispensável dobrar a vontade,
e tecer, com linha e agulha,
e tecer com bordado,
as bordas,
da imagem,
e seus pontos entrecruzados.
melhor dizer: ponto cor,
por polegada,
interpontocruzação de cada linha,
cada cor,
e referências, noções, sobreposições.
cada cor,
e referências, noções, sobreposições.
está saindo daqui um acontecimento importante.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
condição de defesa
porque inspiro, e isso é existir mas não só,
por cada canto da minha constituição,
nutrimento dessa arquitetura:
respingam milímetros de desconhecimento do eu.
chove sob o fundamento, o fio, o sangue,
as cicatrizes, a estatura, o porte, a rigidez,
o tecido, o fio outra vez.
eu gozo que tanto sinto, e não posso dissecar
como se pudesse compreender, ou melhor, como
se pudesse me fazer ser algo da sua compreensão.
desisto em persistência.
logo prossigo, porque expiro, e isso é existir.
algo paira entre dois corpos, ligados pela abstração.
eventual intimidade, a informalidade pela metade, a crença?
um tratado de inconsistências.
se passa pelo interno de você o cenário
de poder entranhar-me?
quais aparições ou existências me habitariam pele,
osso, nervo, e o sangue: defesa desatando, defesa desalinho.
o desfecho é apenas um pretexto para um recomeço.
por cada canto da minha constituição,
nutrimento dessa arquitetura:
respingam milímetros de desconhecimento do eu.
chove sob o fundamento, o fio, o sangue,
as cicatrizes, a estatura, o porte, a rigidez,
o tecido, o fio outra vez.
eu gozo que tanto sinto, e não posso dissecar
como se pudesse compreender, ou melhor, como
se pudesse me fazer ser algo da sua compreensão.
desisto em persistência.
logo prossigo, porque expiro, e isso é existir.
algo paira entre dois corpos, ligados pela abstração.
eventual intimidade, a informalidade pela metade, a crença?
um tratado de inconsistências.
se passa pelo interno de você o cenário
de poder entranhar-me?
quais aparições ou existências me habitariam pele,
osso, nervo, e o sangue: defesa desatando, defesa desalinho.
o desfecho é apenas um pretexto para um recomeço.
quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
a constante ginástica de começar o começo e fixá-lo na linearidade.
um princípio preenchido por todos os exercícios, partindo desse para aquele, essas figuras, o abrigo do próprio quarto.
me impressiona a capacidade de em tempo curto, os dias se estenderem feito lençol cobrindo a cama completamente de gestos e mais nada que eu queira realmente trazer imagem agora.
me impulsiona mas tenho que interromper.
me enrijece mas tenho que ruir, pois é o limite de um fragmento o que me compõe.
pois é o limite do fragmento que me faz descontínuo e dezeterno.
mas eu,
abandono o olhar, para penetrá-lo em seguida: "uma emoção nunca vem só, vem agarrada a um corpo".
este pequeno cômodo, há um retrato interno. são as janelas de prospecção que traçam os contornos e, ao mesmo tempo, refletem meu rosto e o resto que o compõe, a imagem que se eu pudesse não veria todas as vistas, não vejo.
abandono o olhar, para penetrá-lo todo.
mas eu,
inicio os primeiros passos da minha dança, de uma coreografia estranha aos olhos incompetentes.
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