quinta-feira, 20 de abril de 2017

só se abastece de mágica

entre a última grafia e
essa madrugada, não há interrupção.
a recorrência é soño, só.
- coloque-a no meu punho! -
encontramos na colisão, e na certeza de que
eu não tinha separado lugar pra isso, nada:
permanecemos incontros.
sorrio, quando sou atravessado por uma consideração:
- ele não sabe por dentro! -
o que praticamos, ou o que preencheu esses minutos delongados? - sou incapaz
de saber -
apenas que a sua partida é sempre um arremesso, meu olhar te invoca
e te afasta.
- adeus - com efeito, era o que eu sempre quis dizer.
da mochila preta (que pra mim ela sempre sorriu, por ser mistério e concreta)
você retira um envelope, branco, Espesso e denso,
Física também mas não só, não só.
- coloque-a no meu punho! - eu disse.
e foi entre os livros intrometida, por você.
- Fique, fica comigo!
o envelope, que ouso chamar carta, foi engolido entre os papeis.
vez que, muy temprano, me ergui da cama
para investigar até qual seria a intenção real de um soño.
Em que o poema mais lírico,
Se mostre a coisa mais lógica.

*em paralelo à "Trovoa" - Metá Metá

terça-feira, 11 de abril de 2017

espessa nuvem

me pergunto hoje que é
onde eu estou.
até que segundo ou dia, 
continuarei construindo sua 
imagem em cada
pedra no caminho
que faço que droga. 

terça-feira, 4 de abril de 2017

responsabilidade

eu tinha medo de esquecer
o cheiro que acompanha sua pele
em cada sua parte.
la longe sua falta me encosta cá.
micro sentimento
que reverbera na forma que eu me mostro ao mundo.

não sinto falta de nenhuma parte dessa costura, minto.
eu sinto falta do tempo que não soube lhe dar, sinto muito.

cada vez que esqueço, é a condição que me bota nos
olhos a memória.
eu respiro,
pedindo ao ponto de ônibus, ou aquela esquina, ou aquela porta que você costumava parar
(quando me oferecia um punhado, o seu todo) mas peço, quando volto pra casa depois de um dia todo cheio de tudo, olho pro seu canto de me esperar: - por maior compreensão, do desejo interdito! que me foi pouco fermento nessa comida.
socorro. digo, to pra dizer, digo comida azeda, eu quem diz digo, que responsabilidade dizer, diga não. cuidado, eu digo para dizer o que lhe escapa, por outras vozes. digo, seja assim quem segue que vou também, digo sou algo, como você... digamos pois como nada somos.

sábado, 1 de abril de 2017

cisma

sou consumido de mim durante  o tempo do meu consumo.
é que algo me mora comigo - pessoa que diz isso!
que será? me desconheço,pois conjunto este,
que sou se não outro ? estou confuso isso.
inexatamente eu, duvidoso me apareço no espelho que mente
pra mim, ou eu ou mesmo, os olhos de quem vê são
os que roubam e devolvem essa imagem.
se esse vidro reverberasse, no sentido de criar uma fotografia paralela ao
corpo que se apresenta frente a coisa: seria ? qual lhe/me apareceria?
é cópia aquele ali, ele ri. nada me representação.
enquanto o outro que surge está totalmente ou igualmente não, ele está proximamente de uma cor
olha a cor, não. olha o animal que lhe brota na boca num devir sou eu quem sou. me encontrei na história e se asseguro de que, se tem nada quer dizer: cabe imagens leves ou pessoais.