quinta-feira, 3 de janeiro de 2019

a constante ginástica de começar o começo e fixá-lo na linearidade.
um princípio preenchido por todos os exercícios, partindo desse para aquele, essas figuras, o abrigo do próprio quarto. 
me impressiona a capacidade de em tempo curto, os dias se estenderem feito lençol cobrindo a cama completamente de gestos e mais nada que eu queira realmente trazer imagem agora.
me impulsiona mas tenho que interromper. 
me enrijece mas tenho que ruir, pois é o limite de um fragmento o que me compõe. 
pois é o limite do fragmento que me faz descontínuo e dezeterno. 
mas eu, 
abandono o olhar, para penetrá-lo em seguida: "uma emoção nunca vem só, vem agarrada a um corpo". 
este pequeno cômodo, há um retrato interno. são as janelas de prospecção que traçam os contornos e, ao mesmo tempo, refletem meu rosto e o resto que o compõe, a imagem que se eu pudesse não veria todas as vistas, não vejo. 
abandono o olhar, para penetrá-lo todo. 
mas eu, 
inicio os primeiros passos da minha dança, de uma coreografia estranha aos olhos incompetentes.