Caminhei por entre a grama baixa, recentemente aparada,
do qual desprendia um aroma nostálgico. Tive receio das lembranças, corriam como
um fluido abundante, portando meu corpo nas correntezas embaraçosas. Gritei, queixei-me à situação, temendo o choque contra as pedras que cortavam com facilidade as
águas, e com mero empenho, num golpe me faria em partes. Meu medo foi entrecortado, no momento em que
fitei na extensão do rio, o amparo que, outrora, não se edificava no meu saber. O
lar, pedaço natal, seio da vida. Ele pairava, elegantemente, sem fissuras nem
pesar, o toquei. Como se não bastasse, aprovei
aqueles tamanhos lábios, que surgiram à sacada da casa, sua textura, sua cor, aquilo não era de todo novo. De súbito, principiaram a mover-se, iam dizer... Será que iam
dizer? Anseio, mais do que saber o que me é previsto nessa mixaria de vida que
ainda tenho de fruir, as palavras, que hão de serem proferidas, acaso os lábios
vão me dizer a razão da melancolia, do descaso ao... Espere! Ouça! Leia os lábios,
começaram a mover-se, não ouço nada, mais alto! Mais alto! Estão se apagando...
E o rio fora se tornando turvo, barrento, até perder o ritmo, o fluxo. Senti algo incomodar-me os ombros, e
persistia, quando ouvi meu nome, não podia estar acontecendo. Mais uma vez aquilo não fazia parte do mundo, um algo de mim. Trazendo
prontamente as minhas lembranças, onde me perco e ao mesmo tempo me encontro. Hoje
sei, finalmente, friamente, do que me componho, e do que são compostas as
pes...
Nenhum comentário:
Postar um comentário