Outro dia, uma moça bonita de cores no cabelo, puxou
minha blusa no meio da rua me obrigando a parar e fitar os desenhos que se
faziam nela. Na cara da moça, vi tantos rostos, tinha para todos os gostos. Nem
sei mais se era bonita, de fato, lembrando aqui, acho que vi nela algum traço
de família, da família entre amigos. A boca dela principiou-se a falar umas
coisas que passaram diretamente por cima dos meus ombros. Meus ouvidos fizeram
de todo esforço para reunir e decodificar, palavras, formadas por sílabas, mas
que partindo da boca da moça de cores no cabelo, ocultavam-se fazendo fumaça no
ar.
Renunciei o encontro. Só que agora, fico todo eu me
lamentando demais. Sobre nada, ao que me deparei, nem sequer marquei com alguém, mas a moça de
cores esteve lá. Acaso eu, Domingo,
sucesso tivesse nesse ultimo, teria decorado o infinito, o intenso dos vocábulos
expressos entre tantas existências. Iria me deparar com o tal do sentido, faria-me nota, faria-me vento no tempo, do qual transita portando e desprendendo,
colidindo e talhando, o alheio apetite dos viventes.
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