quinta-feira, 5 de março de 2015

absurdo

foi pois assim:
seu corpo cruza o corredor da sala, decide outra fileira
eu lá seguindo com meu ver, cum certo horror de ser visto
estático corpo meu contrastado pelo movimento de seguir você com o olhar: sua nuca, seu perfil, as vezes seu gesto
calça, rasgado no tênis.  
por fim olhares se debatem, talvez por perdido ou rastreamento do espaço
ai percorri, pós aula, os corredores daquela letras 
percorri te vi, te revi
uma outra três vezes
olha isso pra mim enquanto vou ali, fazer nada. 
inventar fazer.
só queria te saber como é assim o todo do seus olhos mais próximos, (e nem tive coragem de encarar tão como queria), acabei encarando mesmo outras partes, a perna na calça, - desvia esse olhar, saia logo! procurei motivo pra ficar mais, poderia perguntar seu nome. mas nada me parecia tão convincente de que realmente eu tivesse que fazer aquilo, eu todo culpa e raiva por pensar o que tu estava a pensar de eu. - na volta eu pergunto o nome, antes do obrigado. não o fiz! 
sim, sim
eu idiota de voltar pra casa escorrendo no rosto, castello branco jorrando letra, ônibus que toca a roda que toca o chão, sacode as verdades incansáveis, crer-sendo. 
e sabendo que quase nunca a coisa acontece tão esférica, retribuída. 
eu to desmanchando, agora que cheguei em casa to dessabor. sabendo mesmo que vai passar por logo, ou nem. 
é de tanto saber que nada sei.
e to desde isso oximoro puro. por pensar no que talvez desdobrará, sendo bom bom sendo ruim é mais certo que! espero o pior pra ficar azul de vez

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