sábado, 14 de março de 2015

quero saber como é ter ar

desde que pensei desde a primeira sensação
assim eu pensei e quis privar esse texto 
não queria por na letra tanta desfantasia
pra dizer que to sufoco que só
que pareço nunca ter respirado
fora meu desvio de septo, fora minha renite
fora alergias, fora expulsões - né nada disso não
to sempre por querer soltar um ar mais de dentro
mas sua presença me reprime, ela lá longe consegue
seu gesto, noutro cômodo, atrás do tijolo do cimento
é incômodo.
me engano, engano as pessoas, engano meu tom
num silencio que faço, tudo me é propício, e nada me sou dito
eu torço quando sua boca me fala
arranho, rio, escorro, posiciono, perco, me enfio num pensamento grosso
é só você presença, tudo em você me morde demais. 
sobre ódio, sobre algo que não sei sobre
estou temendo definir demais, só sinto arrepio e essas outras 
só sinto que sim, estou espumando de agonia
exalando aperto, descomposição 
procurando ritmo, e meu respiro é sempre pra longe demais
vai sem retornar, ou retorna sem ir.
você sempre foi despresença no quando sim e muipresença no quando não
seu som, seu cheiro, sua saudação, sua cobrança, sua permissão
é tudo uma coisa só: prisão

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