sexta-feira, 10 de julho de 2015

são seus olhos

com sua razão,
sim eles.
remexem à procura por qualquer princípio de fim,
vagam quando se pensamentam.
eles, sim:
relampejam de medo quando desejam.
pois sabem que quem tem cor, também tem tom.
de feridos são cansados.
de vermelhos são molhados.
sim eles,
que se escondem por dilúvio seco,
na imensidão que é rir sem mexer um músculo,
as pálpebras exploram o negro, os reflexos
os sexos.
são sim eles, a senhora tem razão.
será por isso, Édipo?
será os olhos a maior porta? ou a janela maior?
de tanto ver e sentir,
de sentir e depois ver?
não estou crendo!
mas com sua razão,
eles, sim
meus olhos, assim como os nossos.
a encher de imagens.

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