sexta-feira, 24 de junho de 2016

o cheiro da gente

ser é
ser em medida
da proporção perdida.
da falta ambígua de uma essência.

hoje sou,
mais um
a ser nada, afinal.
é a soma da vontade
nalgum momento
interdita.
é a soma de um
dois
três
corpos, circulantes, numa
cama
pequenamente grande.
enormemente pequena
porque desintegramos.
no teto, além desse,
outros, e por fim
o céu: corre estrelas, fazem um risco
como se fotografado.
enquanto permaneço,
a par de que passo também.
e de tudo, um fragmento: do discurso?
dos pés, das pernas, as mãos, os corpos.
os toques na medida de toques mesmos:
se tocam.
é dissipando a consciência que sou continuado,
à entrega, a dança, a permanência parece reger um fluxo ininterrupto.

da pequena
às grandes mortes.
a noite apertada e longa.
de um lado a parte que me toca, do outro a parte que me toca
do meio a parte que te toca de todos os cantos as partes que se tocam.

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