e neste, pegamos o mesmo ônibus,
o vejo num corpo de velho,
que atravessa o corredor.
alguma peça, desvozeada, sai na minha boca
ela cochicha em tom berrante:
-eu te amo.
a porta se abre porque,
estamos bem, justa mente.
é que a porta se abre para você.
seu aspecto quer dizer mais que há voz:
o que nunca compreendi.
um pé seu pé em cada degrau da escada,
a porta se abre.
enquanto eu conservo o gesto disforme:
e você responde com os dentes afiadamente
belos que logo nos veremos novamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário