segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

concreto

hoje furei meu próprio balão, que barriga carregava
aquele que agita sem onda, sem barco, sem balsa, sem lancha
ar que resolve agitar quando mais preciso horizonte, estático
perfurei ele, ar saindo curvando endireitando ocupando entre paredes

a estrutura de concreto, sem teto, a vegetação nela
meu corpo se enquadra nada, se camufla nada
aponto em direções, orientação e complexidade
aponto em vazio, em box, em azulejo oco

desmoronar ar ar ar ar 
movimento da porta com braços, movimento da mesa
e ocupação, e o ar que furei agora na liberdade 
da entrada da saída, a possibilidade da barriga
a onda agora é perdição, de novo o nada estático
e a onda e a balsa e a lancha onde é moleza o todo
o lugar ocupado pelo ar, pela pele, pelo osso: é puro desequilíbrio

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