terça-feira, 13 de janeiro de 2015

te mando por correio

mensagem de quando me sentindo quando querem somente
também faço isso
de quando fico com quereres e acabo sendo unicamente desejo, desleixo é o que fazem
também criarei minha lista de desejos, também recusarei, também serei assim
eu também, só que talvez, só que nem é isso mesmo que gostaria, que quero
corpo tem a ver com escorrer
que tem a ver com derreter
que dissolve
que muta
que eita
sempre sempre acendendo o mesmo fósforo
queimando a mesma parte da língua
soprando a mesma fumaça, pra falar que fumou
repetições voluntarias, sabidas de que são
ai vê a foto e derretimento, gelo quente fervendo
volta ao estado que era, sabem fazer assim
mas eu não.
não sou gelo, não sou líquido, eu também sei fazer mas é que não sou
quando a gente não é fica na borda do ser, na fantasia, na fotografia encenada, na máscara infantil.
quem sai despedaçando não tem dificuldades com se reconfigurar
quem cata do chão sabe onde encaixar
eu meio que me costuro desengonçadamente, aí, como sempre digo e já falei aqui,
ando torto pela cidade toda, todo mundo jogando olhar em mim, e eu nada sutil, nada implícito.
eu também quero catar bocas, braços, pernas, colares, dentes. reconfigurar o eu, agora!
o instante já, de que diz ela, o it.
como desfecho digo vou procurar ja neu mesmo esses pedaços frouxos pra rancar fora e lançar e saltar e empurrar ladeira acima beijos sumi.

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