quinta-feira, 10 de setembro de 2015

fui assaltada

giro a chave na porta de casa avanço meu corpo pra dentro de casa entro em casa e tudo ali estava como se me esperando entrar pra entrarme. esse seu cheiro me invadindo as narinas ativando memórias desdobrando em sensações como arrepio como suspiro como soluço como lágrima começando a brotar nos olhos.
perdido dentro dessa casa que agora tão mais sua que minhas rotas rotinas retinas. o branco das paredes desenham seu corpo, seus sons ainda ecoando de gestos restos certos imersos. como gritar quando se grita tão irritante sou a tu a mim próprio a tudo. se cada vez que o chamo é como deschamar e dizer que estou dramatizando uma coisa besta que só. 
portanto dizer de uma reciprocidade uma cidade casa bairro um bairro rua uma rua casa uma casa sua. é sua e estou cada vez mais abandono desse lar. 
é que habitação pra roubar. não mais abrirei as portas. 
é que habitação pra trancar, engolir chaves. 
é que habitação.
um território qualquer que não se sabe a ordem nem lugar nem limite é desterritório. e riso y gosto. 
olha pra essa cara fios de luz derrapa na ventania, fio luz fio luz escorre. se está me olhando me vê, me olhando me rouba de novo como tudo você me rouba. 
explica-me, onde fica o arroz? o copo? estou perdido imensamente nessa imensidão de cômodos. e é claro que clareza infernal de tanto brilho só meu rosto não reflete se reflete é pra ser roubado, de novo.
falar que sente também é tão simples mas quando não se sente dói mentir mas a gente numa falta de cuidado ou deslizamento mesmo vai dizendo e planta (sem regar), seca como todas essas plantas que tentei trazer vida pra esse lar.tudo morrendo. affe
voy tomar um banho gelado. 
coloca música?

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