domingo, 27 de setembro de 2015

mais pra menos menos pra mais

25
se eu regredir avanço
e assim se vai, somando idades
pruma distancia do que devêm
cada vez mais proximIdade
assim soma-se pra subtrair-se

hoje estou tão
e estar tão é como se
estivesse estando
embora
em bora
casa, qual delas se não nunca tive fui?

estou e escorre
é gostoso
como mastigar grãos
como forçar uma risada e ela vir
aí você ri mesmo
é triste

recuar dias
recolher risos
distribuir outras coisas
se já que é
se é seja

e é assim eu digo
que as sensações são
todas

eclipse é grande e
estou impaciente
porque meu bolo cresce e eu sorrio
quando experimento
o doce

idade, e escrevo cada vez
juro que se o fizer saberei de cada vez
mas nunca se sabe nem na vez
e o tempo corre carregando:
a cobra debaixo da bacia do menino tomar banho, o helicóptero que não voa que o padrinho deu de presente, a cobertinha betinha não dorme sem ela, o bico que a vó jogou no lixo sem avisar, as tardes comendo pipoca salgada em frente a televisão preocupando com o que preocupar, o computador novo, as folhas dos cadernos das matérias das matérias, o rosto lisinho, o pó de giz na calçada que dizia um trem que só no giz pra sair mesmo anonimamente, a puxada de bermuda na fila pra pegar merenda, o medo de passar por ali por lá, a pessoa que veio tão e tão se foi...
as vezes acho que a vida é assim mesmo.
parabéns, aos quinze minutos anteposto. qual foi mesmo o horário certo que me fizeram respirar essa poluição?

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